O policial militar aposentado Carlos Alberto de Jesus, de 64 anos, mudou sua versão sobre o caso em que atirou duas vezes contra o repórter esportivo e universitário Igor Melo, na Penha, Zona Oeste do Rio de Janeiro. No primeiro depoimento, Carlos e sua esposa, Josilene da Silva Souza, acusaram Igor e o motociclista de aplicativo Thiago Marques Gonçalves de assaltarem a mulher à mão armada.
Carlos afirmou inicialmente que, ao deixar a esposa para comprar uma pizza na noite de domingo (23), viu Igor sacar uma arma e roubar o celular de Josilene. A mulher corroborou a versão, alegando que o marido reagiu rapidamente e disparou contra Igor. No entanto, a polícia não encontrou nenhuma arma ou o celular da vítima com Igor e Thiago.
Diante da falta de provas, a dupla teve a prisão relaxada na terça-feira (25). A juíza Rachel Assad da Cunha, da 29ª Vara Criminal da Capital, destacou que “os indícios de autoria restam totalmente esvaziados”.
No segundo depoimento, prestado após a soltura dos suspeitos, Carlos alterou sua versão, afirmando que Igor teria feito um movimento com a mão próximo à cintura, sugerindo estar armado, mas negou ter visto qualquer arma. Josilene também modificou seu relato, dizendo que percebeu um volume na cintura de Igor e apenas presumiu que ele estivesse armado.
Outro ponto contraditório foi o horário do crime. Inicialmente, Josilene afirmou que o assalto ocorreu às 23h de domingo, mas depois declarou que aconteceu por volta de 1h14 de segunda-feira (24). Imagens de segurança desmentem essa versão, mostrando que Igor deixou o bar onde trabalhava às 1h30, quando solicitou uma moto por aplicativo para voltar para casa. A investigação continua para esclarecer os fatos.