A morte do adolescente Fernando Vilaça da Silva, de 17 anos, causou comoção em Manaus e reacendeu o debate sobre a v1ol3nciΔ motivada por preconceito. Fernando foi Δgredido no último dia 3 de julho, após, segundo a família, reagir a ofensas homofóbicas de colegas que já o hostilizavam há algum tempo.
Após dias internado, o jovem não resistiu aos ferimentos e faleceu no sábado (5). De acordo com o boletim médico, ele sofreu traumatismo craniano, hemorragia e edema cerebral.
Fernando era descrito pela família como um adolescente tranquilo, carinhoso e solidário. Em entrevista à TV Norte Amazonas, o irmão Gutemberg Vilaça disse que a dor da perda é imensurável.
“O que fizeram com meu irmão não se faz nem com um animal. Todos conheciam ele. Era um menino do bem, que ia da escola para casa. Só queremos justiça”, desabafou.
Fernando cuidava de dez gatos e dois cachorros, e usava parte dos recursos do programa Pé-de-Meia, do governo federal, para ajudá-los.
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) lamentou o ocorrido e informou que protocolou um pedido junto ao Ministério dos Direitos Humanos para que o caso seja acompanhado pelas autoridades federais. Em seu pedido, Hilton solicita também que o caso seja incluído no monitoramento oficial de crimes motivados por LGBTQIA+fobia e que a família receba apoio jurídico, psicológico e social.
A Ordem dos Advogados do Brasil no Amazonas (OAB-AM) também se manifestou, prestando solidariedade à família do jovem e lembrando que a capital amazonense registrou, em 2022, os maiores índices de violência contra a população LGBTQIAPN+ no país.
“A sociedade precisa refletir com urgência sobre o cenário cruel de intolerância e discriminação que temos enfrentado”, destacou a entidade em nota.
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania foi procurado, mas ainda não se manifestou oficialmente até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para atualizações.