Isadora Rezende, de 21 anos, vive uma experiência única na faculdade: é a única aluna do curso de engenharia de produção no campus de São Sebastião do Paraíso da Universidade Federal de Lavras (Ufla). Sem colegas de classe, ela faz trabalhos sozinha, apresenta seminários sem plateia e até avisa os professores quando vai faltar.
A situação começou no segundo ano do curso, quando seus colegas optaram por outras especializações, como engenharia de software. Desde então, Isadora tem aulas particulares, o que criou uma relação próxima com os professores.
Apesar da rotina solitária, a universitária está satisfeita. Ela participa de eventos e atividades extracurriculares, mas admite que há momentos inusitados, como pedir permissão para ir ao banheiro ou tentar disfarçar o sono depois do almoço.
Na hora das provas, colar é impossível, mas isso não a preocupa. Isadora tira todas as dúvidas durante as aulas, sem receio de fazer perguntas. Em disciplinas mais difíceis, como cálculo e física, ela pede explicações detalhadas. Já nas áreas de estatística e economia, que mais gosta, se destaca.
As apresentações de seminários também são diferentes: ela discursa sozinha para o professor, e às vezes outros docentes são chamados para assistir. Quando precisa faltar, avisa diretamente os professores pelo WhatsApp e pode remarcar as aulas.
Mesmo sendo a única aluna, Isadora valoriza a experiência e acredita que a liberdade no ensino personalizado compensa a falta de colegas.