O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar o Brasil nesta quinta-feira (14), em conversa com jornalistas na Casa Branca.
Ao ser questionado sobre as tarifas aplicadas a países da América Latina e a aproximação deles com a China, Trump disse que o Brasil é um “péssimo parceiro comercial” e que o processo contra Jair Bolsonaro é uma “execução política”.
Segundo o republicano, o Brasil impõe tarifas muito maiores que as aplicadas pelos EUA.
“Eles cobram tarifas enormes e tornaram tudo muito difícil de fazer. Então, agora estão sendo cobrados 50% de tarifas, e não estão felizes, mas é assim que funciona”, afirmou.
Trump também voltou a defender Bolsonaro.
“O Brasil tem algumas leis muito ruins acontecendo… Quando eles pegam um presidente e tentam prendê-lo… Eu conheço esse homem e acredito que ele é honesto. O que fizeram é realmente uma execução política”, disse.
Desde julho, Trump menciona o ex-presidente brasileiro em declarações públicas.
Ele acusa o Judiciário de promover uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro e associou diretamente as novas tarifas à situação jurídica do político.
“O presidente Bolsonaro não é um homem desonesto. Ele ama o povo brasileiro e lutou por ele. Acho que isso é uma caça às bruxas e é muito lamentável”, completou.
No último dia 15 de julho, o republicano enviou uma carta a Bolsonaro defendendo-o e criticando a Justiça brasileira.
“Eu vi o terrível tratamento que você está recebendo nas mãos de um sistema injusto… Este processo deve terminar imediatamente!”, escreveu Trump no documento divulgado no Truth Social.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Bolsonaro de liderar uma organização criminosa armada para desacreditar o sistema eleitoral, incitar ataques a instituições democráticas e articular medidas de exceção.
Em interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente negou as acusações.
Nesta terça-feira (12), o governo americano — também sob a administração Trump — divulgou um relatório afirmando que a situação dos direitos humanos no Brasil “se deteriorou” em 2024.
O documento, produzido pelo Departamento de Estado, critica o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro Alexandre de Moraes e a prisão de apoiadores de Bolsonaro.
O texto aponta que tribunais “tomaram medidas amplas e desproporcionais para minar a liberdade de expressão e a liberdade na internet”.
O relatório é parte da avaliação anual de direitos humanos de 196 países membros da ONU e serve como referência em tribunais nacionais e internacionais.
Segundo o jornal Washington Post, a redação do texto sobre o Brasil causou desconforto no Departamento de Estado, com acusações de “politização” em relação a anos anteriores.
Em 2024, sob o governo do democrata Joe Biden, o relatório havia considerado as eleições brasileiras justas e livres, citando apenas pontos de atenção sobre assédio eleitoral e ações da Polícia Rodoviária Federal no Nordeste durante o pleito de 2022.
