Servidores públicos da Prefeitura de Alfenas (MG) têm denunciado atrasos no pagamento de horas extras e do vale-refeição, que somam dois meses pendentes. As reclamações foram levadas ao sindicato da categoria e apresentadas durante a última sessão da Câmara Municipal.
Segundo os trabalhadores, as horas extras referentes a agosto e setembro chegaram a aparecer nos holerites, mas desapareceram antes do pagamento. O motorista Júlio César de Oliveira, que atua há 12 anos no Conselho Tutelar, afirma que não recebeu pelas horas trabalhadas e não teve retorno sobre a previsão de pagamento.
“Trabalhamos nessas horas extras, nesses momentos extraordinários, não recebemos e ficamos sem informação de quando seriam pagas”, disse.
Desde agosto, um decreto municipal determina que as horas excedentes passem a ser registradas em banco de horas, para compensação com folgas, o que gerou insatisfação entre os servidores. Para Samuel dos Reis Zeferino, integrante da Comissão de Desenvolvimento Funcional, a mudança fere o plano de carreira:
“A administração pública está indo contra diretrizes do próprio plano.”
A Prefeitura alega que o sistema de ponto está sendo migrado para um modelo digital, o que teria gerado divergências entre as marcações e os pagamentos. Segundo o secretário de Planejamento e Gestão, Rodolfo Gonçalves Chaib, os secretários foram orientados a reavaliar as autorizações de horas extras para que os valores sejam ajustados e pagos corretamente.
Além disso, o vale-refeição de R$ 150 está com dois meses de atraso. Chaib informou que o benefício será quitado com valores retroativos “assim que houver solução financeira”, priorizando a folha de pagamento dos servidores.
O sindicato dos servidores municipais marcou uma reunião com a Prefeitura para discutir o problema, enquanto a Câmara acompanha o caso.
O cenário financeiro do município também preocupa. Segundo dados apresentados pelo vereador Ednilson Francisco Neto (Novo), Alfenas acumula déficit de R$ 113,7 milhões entre 2018 e 2024, resultado da diferença entre receitas e despesas. Mesmo com o crescimento da arrecadação, os gastos públicos aumentaram em ritmo ainda maior — especialmente em eventos e festas.


