O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) apura a origem dos recursos utilizados pelo empresário Daniel Vorcaro para investir na SAF do Atlético-MG, em uma operação que teria envolvido fundos de investimento investigados por suposta ligação com lavagem de dinheiro. O caso é um desdobramento da Operação Carbono Oculto, que investiga a movimentação financeira de grupos ligados a organizações criminosas.
De acordo com informações publicadas pelo Estadão, documentos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) indicam que o aporte de R$ 300 milhões, feito entre 2023 e 2024 por Vorcaro por meio do Galo Forte Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia (FIP), teria passado por uma cadeia de fundos conhecida como “fundo sobre fundo”. O fluxo incluiria os fundos Hans 95 e Olaf 95, ambos sob gestão da Reag Investimentos, que é alvo da investigação.
O modelo de aplicação, segundo o MP-SP, apresenta características usadas para ocultar beneficiários finais, com camadas sucessivas de investimentos e cotistas únicos. As autoridades apuram se parte dos valores teria sido utilizada para fins ilícitos, entre eles a lavagem de capitais.
Estrutura de investimento e defesa das partes
O Banco Master, controlado por Vorcaro, afirmou em nota que não possui relação com os fundos citados e que o Galo Forte FIP pertence ao empresário como pessoa física, sendo um investimento legítimo e aprovado por órgãos reguladores.
“O Banco Master não tem qualquer relação com os fundos Hans 95 e Olaf 95. O fundo Galo Forte FIP é de propriedade de Daniel Vorcaro, pessoa física — informação pública e amplamente divulgada”, destacou o comunicado.
A Reag Investimentos, responsável pela administração técnica dos fundos, também se manifestou, reforçando que sua função é apenas administrativa, sem participação nas decisões de aplicação dos recursos.
“No Brasil, a administradora é a instituição responsável pela constituição e representação do fundo perante a CVM, mas não é ‘dona’ dos recursos”, informou a empresa, que negocia a venda desse segmento de atuação.
O Atlético-MG declarou desconhecer qualquer irregularidade e reafirmou que todas as operações da SAF seguem as normas da CVM.
“O Galo Forte FIP é um veículo de investimento regular e registrado, sob administração da Trustee Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda., também devidamente registrada na CVM”, informou o clube em nota.
Participação na SAF e governança
Com o investimento, Daniel Vorcaro passou a deter 26,9% da Galo Holding S.A., empresa que controla 75% da SAF atleticana. Os demais acionistas são Rubens e Rafael Menin (55,7%), Ricardo Guimarães (8,4%) e o FIGA (9%), que reúne outros investidores. Os 25% restantes pertencem à Associação do Clube Atlético Mineiro.
O CEO do clube, Bruno Muzzi, já havia confirmado que Vorcaro participa de reuniões do conselho e de comitês internos da SAF, incluindo o de futebol.
Até o momento, nem o Atlético-MG, nem seus outros investidores são alvo direto da investigação. O inquérito segue em andamento no Ministério Público de São Paulo, com análise documental e cruzamento de informações financeiras.
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