Um documento da Polícia Civil do Rio de Janeiro revelou uma conversa entre um major da Polícia Militar (PM) e um criminoso conhecido como “Grandão”, apontado como o “síndico da Penha”. O diálogo antecedeu a operação mais letal da história do estado, que deixou 121 mortos.
De acordo com a investigação, o major Ulisses Estevam enviou uma foto de um carro a Washington César Braga da Silva, o “Grandão”, pedindo ajuda para recuperar o veículo, que estaria no Morro da Fé, na Penha. “Preciso recuperar. Carro do 01, esse eu tenho que resolver”, escreveu o oficial, que atuava como gestor estratégico na 5ª UPP / 23º BPM e também era responsável pela área da Rocinha. Seu salário no último mês foi de R$ 26.667,24.
Após o pedido, “Grandão” acionou um grupo chamado “CPX da Penha”, solicitando que localizassem o automóvel, roubado em 26 de abril e recuperado três dias depois. As investigações indicam que o criminoso mantinha um telefone exclusivo para contatos com policiais militares que recolhiam propina, segundo o jornal O Globo.
A operação em questão, realizada na última terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, tinha como alvo lideranças do Comando Vermelho (CV). O confronto deixou quatro moradores atingidos por balas perdidas, incluindo uma mulher baleada dentro de uma academia.
Além das 121 mortes, o balanço da ação registrou 113 prisões no Rio e 33 em outros estados, todas relacionadas ao CV. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram criminosos lançando bombas por drones contra os agentes e barricadas em chamas erguidas durante a operação.

 
                                    
