Um bebê de apenas 35 dias faleceu na manhã da segunda-feira (21) durante uma consulta de rotina em uma clínica particular localizada no Centro de Vila Velha, na Grande Vitória. A ocorrência está sendo investigada pela Polícia Civil, e o caso gerou grande comoção após relatos dos pais virem a público.
De acordo com informações da Polícia Militar, os pais da criança procuraram atendimento médico por conta de uma suspeita de refluxo. Durante o exame, o bebê evacuou e, ao ser levado ao lavabo para ser higienizado, apresentou dificuldade para respirar e, logo em seguida, teve uma parada cardíaca.
O pediatra que fazia o atendimento iniciou manobras de reanimação e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). No entanto, segundo os profissionais que chegaram ao local, o bebê já não apresentava sinais vitais.
Em depoimento prestado à polícia e também em um áudio compartilhado em grupos de WhatsApp, o pai do bebê relatou que a criança chegou saudável ao consultório e criticou o modo como o médico conduziu a limpeza. Ele afirmou que o filho foi colocado de cabeça para baixo sob uma torneira com água fria logo após mamar.
“Meu filho chegou saudável na clínica. O médico colocou ele de cabeça para baixo, debaixo da torneira com água gelada, batendo nele e dizendo que era assim que se dava banho em menino. Agora meu filho está morto”, relatou o pai, bastante abalado.
A declaração de óbito aponta como causa da morte um “edema agudo de pulmão”, provocado por “broncoaspiração de conteúdo gástrico”, o que pode estar relacionado a complicações decorrentes do refluxo.
O médico responsável pelo atendimento confirmou à Polícia Militar que o bebê deu entrada com sinais de refluxo e começou a ter dificuldades respiratórias durante a limpeza. Ele foi conduzido à 2ª Delegacia Regional de Vila Velha, onde prestou esclarecimentos.
A defesa do profissional nega que o bebê tenha sido colocado de cabeça para baixo e afirma que todos os procedimentos médicos necessários foram realizados até a chegada da equipe do Samu.
O caso também mobilizou a Ordem dos Advogados do Brasil no Espírito Santo (OAB-ES), que emitiu uma nota de pesar, já que o pai da criança é advogado. A presidente da entidade, Érica Neves, manifestou apoio à família.
“Prestamos nossa irrestrita solidariedade à família neste momento de dor. Membros das comissões da OAB-ES estão oferecendo apoio à família e acompanhando o caso junto às autoridades competentes”, afirmou a nota oficial.
As investigações seguem em andamento para esclarecer as circunstâncias do falecimento da criança.
