Imagens captadas por uma câmera corporal, obtidas pela CNN, revelam o momento em que um homem em situação de rua é morto por um policial militar, mesmo estando rendido, durante uma abordagem no bairro do Brás, região central de São Paulo. O caso ocorreu em junho deste ano e tem gerado forte repercussão.
O vídeo, com pouco mais de cinco minutos de duração, registra a aproximação dos agentes, a conversa com a vítima e a ação final. Durante boa parte da abordagem, o homem parece cooperar com os policiais. Ele chega a sorrir e se movimentar de forma tranquila, indicando que havia diálogo entre as partes. Os disparos são registrados por volta das 21h25.
Momentos antes dos tiros, a gravação mostra a câmera sendo parcialmente encoberta pelo braço de um dos policiais, o que compromete a visibilidade da sequência exata dos fatos. Logo em seguida, o policial militar Alan Wallace dos Santos Moreira, de 25 anos, efetua três disparos com um fuzil, atingindo a cabeça, o tórax e o braço de Jeferson, que morreu no local.
Tanto Alan Wallace quanto o também policial militar Danilo Gehrinh, de 24 anos, foram denunciados pelo Ministério Público de São Paulo por homicídio qualificado. Os dois estão presos preventivamente desde julho no Presídio Militar Romão Gomes.
Na denúncia, o MP aponta que Wallace teria agido com “ânimo homicida”, por “motivo torpe” e utilizando meio que impediu qualquer chance de defesa da vítima. Gehrinh, por sua vez, é acusado de prestar apoio à ação, tanto moral quanto material, participando ativamente da rendição da vítima.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, por meio de nota, afirmou que repudia com veemência a conduta dos envolvidos. O Comando-Geral da Polícia Militar solicitou a prisão dos dois agentes tão logo teve acesso às imagens. A Corregedoria da PM conduz o Inquérito Policial Militar (IPM) que apura o caso.
“A PM reforça que é uma instituição legalista e jamais compactuará com qualquer tipo de excesso ou desvio de conduta por parte de seus integrantes, que responderão com rigor às instâncias disciplinares e judiciais competentes”, conclui a nota oficial.
O caso segue sob investigação pelas autoridades militares e civis.