O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) se manifestou nas redes sociais após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou nesta segunda-feira (5) a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Pelo X (antigo Twitter), o parlamentar ironizou a justificativa da medida judicial, alegando que a detenção ocorreu porque “os filhos postaram conteúdo dele nas redes sociais”. “Que várzea!”, escreveu Nikolas.
Em vídeo publicado na mesma rede, o deputado voltou a criticar Moraes, afirmando que a “lei Magnitsky é pouco” para o ministro e que “o que resta é uma boa cadeia”. Nikolas também fez menções à existência de uma suposta ditadura no país e argumentou que Bolsonaro, além de já estar impedido de dar entrevistas e de se manifestar publicamente, agora é responsabilizado por conteúdos publicados por terceiros.
Nikolas lembrou ainda que o ex-presidente estava sob uso de tornozeleira eletrônica e alegou que a nova medida de prisão domiciliar teria sido motivada por uma publicação feita pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente. O vídeo em questão mostrava Jair Bolsonaro enviando uma mensagem de apoio aos manifestantes que foram às ruas no domingo (4).
Apesar da alegação do parlamentar, o ex-presidente está proibido, por decisão judicial anterior, de utilizar redes sociais, inclusive por meio de terceiros — como filhos, aliados ou assessores. A decisão da prisão domiciliar foi tomada justamente porque o ministro entendeu que Bolsonaro descumpriu essa determinação ao continuar participando do debate político digital de forma indireta.
Na decisão, Moraes afirmou que Jair Bolsonaro produziu material com “incentivo e instigação a ataques” ao STF, o que configuraria violação das medidas cautelares. O ministro também considerou que a remoção posterior da publicação por parte de Flávio Bolsonaro indicaria a tentativa de “ocultar a transgressão”.
“O flagrante desrespeito às medidas cautelares foi tão óbvio que, repita-se, o próprio filho do réu […] decidiu remover a postagem”, escreveu Moraes. Em outro trecho, o magistrado enfatizou: “A Justiça é cega, mas não é tola e não permitirá que um réu a faça de tola achando que ficará impune por ter poder político e econômico”.
Com base nos sucessivos descumprimentos, Moraes determinou a prisão domiciliar do ex-presidente, além da proibição de visitas (exceto familiares próximos e advogados) e o recolhimento de celulares da residência.
A decisão está vinculada ao inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado e a possível articulação de Jair Bolsonaro e seus aliados para constranger o Judiciário e interferir nas instituições democráticas.