O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tiveram uma conversa telefônica nesta segunda-feira (6) para tratar de temas bilaterais e do recente aumento de tarifas sobre produtos brasileiros. O diálogo, que durou cerca de 30 minutos, ocorreu no Palácio da Alvorada e foi acompanhado por ministros e assessores do governo brasileiro.
De acordo com nota oficial divulgada pelo Planalto, Lula convidou Trump para participar da COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas que será realizada em novembro de 2025, em Belém (PA). Ele também pediu a retirada da sobretaxa de 50% aplicada a parte significativa das exportações brasileiras aos Estados Unidos, medida que vem preocupando setores econômicos dos dois países.
O governo norte-americano havia anunciado as tarifas de forma gradual ao longo dos últimos meses, alegando motivos econômicos e políticos. A decisão afeta cerca de 36% das exportações brasileiras e entrou em vigor em agosto.
A ligação ocorre após um breve encontro entre os dois presidentes durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, no mês passado. Na ocasião, Lula e Trump trocaram cumprimentos e afirmaram ter havido “boa química” no contato inicial. A partir dali, as equipes diplomáticas passaram a trabalhar na possibilidade de um diálogo mais aprofundado.
Na conversa desta segunda-feira, Trump indicou o secretário de Estado, Marco Rubio, para dar continuidade às negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin e ministros brasileiros. Há a expectativa de um encontro presencial entre os dois líderes nos próximos meses, possivelmente durante a Cúpula da Asean, na Malásia.
Lula ressaltou que o Brasil é um dos poucos países do G20 com superávit comercial em relação aos Estados Unidos e defendeu que os laços históricos entre as duas nações sejam fortalecidos. Ele também reafirmou abertura para dialogar sobre temas estratégicos, como comércio, regulação de grandes plataformas digitais e exploração de terras raras.
A conversa foi acompanhada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Fazenda), Sidônio Palmeira (Secom) e o assessor especial Celso Amorim. Ambos os presidentes trocaram contatos diretos para facilitar futuras comunicações.