O irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, entrou na Justiça contra publicações nas redes sociais que o associam ao esquema de descontos ilegais em benefícios de aposentados.
Vice-presidente do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), Frei Chico é citado em postagens que o relacionam à operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal para apurar desvios ligados a cobranças indevidas feitas por entidades associativas. No entanto, ele não figura entre os investigados no inquérito.
Em nota, Frei Chico repudiou as acusações e afirmou que ingressou com uma ação no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) por considerar as publicações “falsas e ofensivas”. Ele também criticou o andamento da CPMI do INSS, instalada no Congresso para investigar os ilícitos.
Segundo o irmão do presidente, parte da comissão tem atuado com viés político:
“Não temo investigação, mas o que ocorre hoje é um julgamento antecipado, antes mesmo de os fatos serem apurados. É lamentável que parte da CPMI do INSS use esse processo como palco político, em vez de buscar a verdade”, declarou.
A CPMI rejeitou, na última quinta-feira (16), a convocação de Frei Chico para depor, por 19 votos a 11, após pressão da base governista. O pedido havia sido apresentado por parlamentares da oposição, especialmente após a operação da PF que teve ações no Sindnapi.
De acordo com a Controladoria-Geral da União (CGU), as receitas do sindicato cresceram mais de 500% entre 2020 e 2024, o que levantou suspeitas sobre a origem dos valores.
Apesar disso, aliados do governo afirmam que não há qualquer vínculo entre Frei Chico e as irregularidades investigadas, ressaltando que sua atuação no sindicato é apenas administrativa e não envolve a gestão financeira.