Um indiano de 45 anos passou por um transplante de alta complexidade para tentar reverter as consequências de um acidente que causou a amputação de suas duas mãos. Raj Kumar recebeu alta do Hospital Sir Ganga Ram, da Índia, na última quinta-feira (29/2), depois de passar aproximadamente seis semanas internado.
O pintor atravessava os trilhos de uma ferrovia próxima a sua casa, em Deli, em outubro de 2020, quando foi atingido por um trem e perdeu os dois membros superiores.
“Estava mancando devido a uma lesão na perna. Escorreguei nos trilhos e minha bicicleta ficou presa. Tentava puxar a bicicleta com as mãos quando fui atropelado”, contou Raj, ao jornal India Today.
O indiano tentou usar próteses, mas não teve sucesso. Em fevereiro de 2022, o Hospital Sir Ganga Ram tornou-se o primeiro do norte da Índia a receber permissão para realizar transplantes de mão e Raj entrou na lista de espera da instituição.
O paciente passou por uma bateria de exames detalhados até que um doador compatível surgiu em janeiro deste ano.
O transplante foi realizado em 19 de janeiro, em um procedimento de 12 horas, com 11 médicos. Os profissionais conectaram ossos, artérias, veias, tendões, músculos, nervos e pele em uma cirurgia delicada para garantir a integração das mãos.
De acordo com o médico Mahesh Mangal, presidente do Departamento de Cirurgia Plástica e Cosmética do hospital, Raj já voltou a sentir os membros e a mover os cotovelos. As unhas dele também já começaram a crescer – o que é um indicador de sucesso do procedimento – e foram cortadas pela primeira vez na última quarta-feira (28/2).
“Leva algum tempo para os nervos se reconectarem. Ele começou a mover o cotovelo, mas mover a mão e os pulsos levará algum tempo”, informou Mangal. De acordo com o médico, o paciente pode demorar cerca de seis a sete meses para começar a sentir sensações como dor e calor. Por isso, ele deve tomar cuidado para não tocar em nada que esteja muito quente ou muito frio.
De acordo com os médicos, o paciente deverá tomar medicamentos imunossupressores pelo resto da vida para evitar infecções ou a rejeição aos membros transplantados.
“A imunidade dele está um pouco baixa. Então ele tem que tomar cuidado para não pegar nenhuma infecção. Ele vai tomar medicação anti-rejeição por toda a vida, o que também inclui medicação imunossupressora dada para transplantes de fígado ou rim”, disse o médico.