A Google anunciou o maior acordo de sua história voltado ao reflorestamento da Amazônia. A gigante da tecnologia firmou parceria com a startup brasileira Mombak, especializada em transformar áreas degradadas em floresta nativa. O objetivo é compensar 200 mil toneladas de emissões de carbono, equivalentes aos gases que provocam o aquecimento global.
O compromisso faz parte da estratégia do Google de buscar créditos de carbono de alta qualidade para compensar as emissões geradas principalmente por seus centros de dados, que consomem grande quantidade de energia. Segundo o último relatório ambiental da empresa, as chamadas emissões de escopo 2 — provenientes da eletricidade comprada — triplicaram desde 2020, alcançando 3,1 milhões de toneladas de CO₂ em 2024.
O novo acordo quadruplica o volume de créditos adquiridos em parceria anterior com a Mombak, assinada em setembro de 2024. O valor do contrato não foi divulgado, mas é considerado um marco para o setor de reflorestamento no Brasil.
“A tecnologia de menor risco que temos para reduzir o carbono na atmosfera é a fotossíntese”, afirmou Randy Spock, chefe de créditos e remoção de carbono do Google, à Forbes.
Diferentemente de outras iniciativas, o Google tem evitado os créditos do tipo REDD — voltados à preservação de áreas já florestadas — por causa de denúncias de fraudes nesse mercado. “Quadruplicamos a aposta na Mombak porque eles têm uma abordagem muito confiável”, destacou Spock.
Para Gabriel Silva, cofundador e CEO da Mombak, a parceria simboliza uma nova fase para o país. “O Brasil pode ser protagonista na transição climática global. Nosso foco é transformar pastagens degradadas em florestas de verdade, com impacto real e verificável.”
O anúncio acontece em um momento estratégico, já que o Brasil sediará, em 2025, a COP 30, em Belém (PA) — que vem sendo chamada de a “COP das Florestas”. A expectativa é que o país se consolide como referência mundial em soluções de restauração e conservação ambiental.


