A Polícia Civil realizou buscas na casa do adestrador Mário Sérgio Dornelas, em Guaratiba, Zona Oeste do Rio de Janeiro, na manhã desta segunda-feira (24), após o desaparecimento de Mia, uma cadelinha da raça golden retriever. O homem afirmou à família que o animal havia fugido, mas policiais encontraram o corpo do animal enterrado no quintal.
O local, chamado “Mansão Pet”, funciona desde dezembro e possui muros altos e portões fechados. Voluntários do grupo Nas Garras da Lei, que combate maus-tratos a animais, auxiliaram nas buscas e encontraram Mia ao identificar uma área com terra revirada no quintal. A identificação do animal foi confirmada por um chip.
Mia, de 11 meses, foi deixada no local em 9 de janeiro para um período inicial de três dias de adestramento, mas Mário sugeriu um treinamento mais longo de 30 dias. Perto do prazo final, ele pediu mais 15 dias para garantir que a cadela estivesse completamente adestrada. No dia 13 de fevereiro, um dia antes do prazo final, Mário ligou para os tutores afirmando que Mia havia fugido.
Diante do sumiço, a família buscou imagens de câmeras de segurança na região, mas nada indicava que a cadela tivesse escapado. A partir da repercussão do caso, uma campanha foi iniciada para encontrá-la. Em um vídeo publicado nas redes sociais, o adestrador alegou que fugas são comuns e negou maus-tratos.
No momento da operação policial, Mário não estava no local, mas sua família permitiu a entrada dos agentes. A polícia encontrou outros três cães em condições inadequadas, cercados por fezes, urina e com acesso a água suja. A perícia da Polícia Civil analisará se os animais também foram vítimas de maus-tratos.
Para os tutores de Mia, a descoberta do corpo gerou uma mistura de dor e alívio. “Uma dor que não dá para explicar, mas também a certeza de que ela morreu para salvar outros cachorros que estavam aqui em situação de maus-tratos”, declarou Francine Banchi, dona da cadelinha. O adestrador ainda não se apresentou às autoridades.
