A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (11), no Recife, o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, aliado próximo de Jair Bolsonaro. A ordem foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, a pedido da PGR, após a PF identificar uma tentativa de emissão de passaporte português em nome de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Segundo a PF, Machado teria agido para tentar facilitar a saída de Cid do Brasil, em meio às investigações sobre a tentativa de golpe de Estado. A suspeita é que a emissão do passaporte visava atrapalhar o julgamento do caso no Supremo.
Moraes também chegou a decretar a prisão de Cid, mas revogou a decisão antes que ela fosse efetivada. A defesa do tenente-coronel afirmou que ele estava sendo levado ao Batalhão do Exército quando a ordem foi anulada. Os advogados garantem que Cid não chegou a ser preso.
Gilson Machado negou qualquer envolvimento com a emissão do passaporte. Em nota, afirmou que soube das investigações pela imprensa e negou ter ido ao consulado português no Recife. Mauro Cid, por sua vez, declarou não ter conhecimento da suposta tentativa feita por Machado. Ele confirmou que pediu cidadania portuguesa em janeiro de 2023, mas negou ter solicitado passaporte.
Conhecido como “Gilson Sanfoneiro”, o ex-ministro ficou famoso por participar das lives de Bolsonaro, onde chegou a tocar “Ave Maria” em homenagem às vítimas da Covid. Em abril deste ano, ele acompanhava o ex-presidente em viagem ao RN, quando passou mal e precisou de cirurgia.
Gilson e Cid estão entre os alvos de inquéritos que investigam a trama golpista para manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022. A PGR denunciou 31 pessoas, incluindo o ex-presidente, por tentativa de golpe de Estado. As investigações seguem em andamento.