Uma discussão pública entre dois altos oficiais das forças de segurança de Goiás — o delegado Carlos Alfama, da Polícia Civil, e o coronel Edson Luís Sousa Melo Rocha, conhecido como Edson Raiado, da Polícia Militar — terminou com o afastamento de ambos de suas funções. A decisão foi anunciada pela Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) após uma série de postagens nas redes sociais sobre a investigação do feminicídio de Nádia Gonçalves de Aguiar, de 47 anos.
O conflito começou quando o coronel Edson publicou um vídeo com declarações do promotor Danni Sales, que criticava a atuação da delegada Magda D’Ávila por liberar o suspeito do crime “por formalidade”. Na legenda, o coronel elogiou o promotor, chamando-o de “profissional comprometido com a justiça e a verdade”.
Em resposta, o delegado Alfama publicou um vídeo defendendo a colega e explicando que não havia situação de flagrante, o que impedia a prisão imediata. Segundo ele, o suspeito foi preso posteriormente, com base em mandado judicial, dentro da legalidade.
A troca de críticas se intensificou. O coronel afirmou que o delegado teria “desrespeitado o próprio inquérito”, enquanto Alfama rebateu dizendo que respeita a PM, mas criticou posturas individuais. “Estou há quatro anos em uma delegacia de homicídios, com mais de cem prisões. Enquanto isso, você pediu licença para ser segurança de político”, disse.
Após a repercussão, a SSP-GO divulgou uma nota conjunta com a Polícia Civil e a Polícia Militar, informando o afastamento temporário dos dois e ressaltando que “posturas individuais não refletem a harmonia e o respeito entre as instituições”.
O caso que deu origem à polêmica foi o assassinato de Nádia Gonçalves, morta no dia 13 de outubro, em Roselândia, distrito de Bela Vista de Goiás. Ela foi espancada pelo namorado após uma discussão e chegou a ser socorrida, mas não resistiu. O suspeito confessou o crime e segue preso preventivamente.