O ex-deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que “valeu a pena” permanecer fora do Brasil, mesmo após a Câmara dos Deputados declarar a perda de seu mandato nesta quinta-feira (18). A decisão foi publicada no Diário Oficial da Câmara pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Em vídeo divulgado nas redes sociais, Eduardo classificou a cassação como uma “medalha de honra” e disse que a medida não representa uma derrota política. Segundo ele, a atuação no exterior teria provocado “consequências reais” a adversários, que chamou de “ditadores”.
“Valeu a pena e valeu muito a pena ter pela primeira vez conseguido levar consequências reais para esses ditadores. Para mim, o que fica é uma medalha de honra, não a perda de um mandato”, declarou.
Eduardo Bolsonaro está fora do país desde fevereiro e acumulou 59 faltas não justificadas em sessões deliberativas. A Constituição prevê a perda do mandato de parlamentares que se ausentam de mais de um terço das sessões no ano legislativo.
A decisão da Mesa Diretora, no entanto, não foi unânime. Quatro membros titulares não assinaram o ato e foram substituídos por suplentes. O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), criticou a medida e afirmou que foi comunicado por telefone pelo presidente da Casa. Para ele, a decisão representa um enfraquecimento da soberania do Parlamento.
Antes da cassação, Eduardo Bolsonaro vinha defendendo sua atuação política fora do país e afirmou que, nas eleições de 2022, pediu votos para outros candidatos a deputado federal em São Paulo, com o objetivo de fortalecer a bancada do partido.


