A Polícia Civil de Santa Catarina vai investigar uma torcedora do Avaí flagrada em vídeo proferindo ofensas racistas e xenofóbicas contra torcedores do Remo durante a partida realizada no último sábado (15), na Ressacada, em Florianópolis. As investigações ficarão sob responsabilidade da Delegacia de Repressão ao Racismo e Delitos de Intolerância.
O caso, inicialmente encaminhado à 2ª Delegacia da Capital, foi transferido para a delegacia especializada. Com isso, o depoimento da torcedora será remarcado. Outros torcedores envolvidos nas hostilidades também serão investigados.
Segundo o delegado Paulo Caixeta, o Estado não aceitará esse tipo de conduta dentro ou fora dos estádios. Os investigados podem responder por racismo, injúria racial e xenofobia, crimes previstos na Lei 7.716/1989, que podem resultar em até cinco anos de prisão.
A defesa da torcedora Ana Costa afirmou, em nota, que ela pediu desculpas e alegou ter sido alvo de ataques verbais momentos antes das gravações.
Além da Polícia Civil, o Ministério Público de Santa Catarina instaurou procedimento para apurar possível crime de racismo relacionado às falas registradas no vídeo.
O Avaí repudiou os atos, lamentou o ocorrido e disse colaborar com as autoridades, destacando que o racismo não pode ser tolerado. O Remo também se manifestou, classificando o episódio como “repugnante” e exigindo punição aos responsáveis.
Entre as frases ditas pela torcedora, todas direcionadas a torcedores do Remo, estão: “Vai de jegue?”, “Olha a tua cor”, “Pobre aqui não fica”, “O prefeito não quer tu aqui”, entre outras.
O prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, citado em uma das falas, também se pronunciou. Ele pediu desculpas ao povo paraense e afirmou que o caso deve ser investigado e os responsáveis, punidos.
A Polícia Civil reforçou que todas as vítimas devem registrar boletim de ocorrência para auxiliar na identificação completa dos envolvidos.


