O governo da Venezuela anunciou ontem, quarta-feira (15) que pretende recorrer ao Conselho de Segurança da ONU e ao secretário-geral António Guterres, denunciando os Estados Unidos por supostas ações que configurariam uma tentativa de golpe e uma ameaça à estabilidade regional.
Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores venezuelano repudiou as recentes declarações do presidente norte-americano Donald Trump, classificadas como “belicosas e contrárias ao direito internacional”. O comunicado afirma que o líder norte-americano admitiu publicamente ter autorizado operações militares e o uso da CIA contra o governo de Nicolás Maduro.
Trump confirmou, na terça-feira (14), ter autorizado ações contra embarcações venezuelanas no mar do Caribe, justificando-as como parte do combate ao narcotráfico. Segundo o New York Times, fontes do governo dos EUA relataram que a CIA recebeu permissão para atuar diretamente em território venezuelano.
A chancelaria de Caracas afirmou ver com “extrema preocupação” a presença militar norte-americana na região e descreveu as ações como uma “política de agressão e assédio”. Segundo o texto, o objetivo seria desestabilizar o governo e “controlar os recursos petrolíferos do país”.
O presidente Nicolás Maduro também reagiu às declarações de Trump, dizendo que representam “uma nova tentativa de intervenção” e comparando-as a episódios históricos de interferência dos EUA na América Latina.
Desde agosto, os Estados Unidos mantêm oito navios de guerra e um submarino nuclear operando no Caribe. O governo venezuelano denuncia cinco ataques a embarcações nacionais desde então, enquanto Washington afirma agir contra cartéis de drogas.
O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela pediu que a ONU adote medidas urgentes para evitar uma escalada militar na região.
