O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (2) que militares americanos atingiram uma embarcação carregada com drogas que havia partido da Venezuela. Segundo ele, o barco “foi abatido” no sul do Caribe, mas sem detalhar de quem era a embarcação.
Na sequência, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, declarou no X que as Forças Armadas conduziram um “ataque letal” contra o navio, que estaria sob controle de uma organização classificada por Washington como narcoterrorista. Até o momento, não há informações sobre mortos ou feridos, nem sobre o grupo responsável pela embarcação.
A declaração ocorre em meio ao aumento da presença militar dos EUA na região. Pelo menos sete navios de guerra, um submarino nuclear, aviões de vigilância P-8 e cerca de 4.500 militares foram enviados ao sul do Caribe. A Casa Branca afirma que o objetivo é combater cartéis de drogas, mas especialistas avaliam que o aparato é muito superior ao normalmente usado em operações antinarcóticos.
“Se você olhar o tipo de equipamento enviado, não é o perfil de missão contra tráfico de drogas”, afirmou o cientista político Carlos Gustavo Poggio, professor do Berea College (EUA). Já Maurício Santoro, pesquisador da área de relações internacionais, avalia que Washington pode estar se preparando para uma intervenção militar contra a Venezuela.
O governo dos EUA acusa Nicolás Maduro de chefiar o Cartel de los Soles, apontado como organização criminosa e classificado como terrorista por Washington. O Departamento de Justiça oferece recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à captura do presidente venezuelano.
Na segunda-feira (1º), Maduro reagiu ao avanço militar americano e declarou que o país está pronto para se defender.
“Se a Venezuela for atacada, passará imediatamente ao período de luta armada em defesa do território, da história e do povo”, afirmou o líder chavista.
Enquanto isso, Caracas vem mobilizando militares e milicianos para reforçar a segurança, ao mesmo tempo em que acusa os EUA de tentar justificar uma intervenção na América Latina.


