O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou os Estados Unidos de intensificarem ameaças militares contra seu país e afirmou que está se preparando para a defesa nacional. A declaração foi feita em uma rara entrevista coletiva em Caracas, nesta segunda-feira (1º).
Segundo Maduro, oito navios de guerra americanos, equipados com cerca de 1.200 mísseis, além de um submarino nuclear, estariam posicionados no Caribe em direção à Venezuela. Ele classificou a situação como “uma ameaça extravagante, injustificável, imoral e criminosa”.
O governo venezuelano também negou as acusações de Washington de que o país atua como rota fundamental do tráfico internacional de drogas.
Maduro ainda direcionou críticas ao então presidente dos EUA, Donald Trump, e ao secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmando que este último estaria tentando provocar conflitos na América do Sul.
“Sr. Presidente Donald Trump, cuide-se, porque Marco Rubio quer manchar suas mãos com sangue”, declarou.
As tensões entre Caracas e Washington aumentaram após o anúncio do envio de forças navais adicionais ao sul do Caribe. De acordo com autoridades americanas, a operação visa combater cartéis de drogas na região, mas o governo chavista interpreta o movimento como uma tentativa de justificar possível intervenção.
Em agosto, os EUA dobraram a recompensa por informações que levassem à prisão de Maduro, chegando a US$ 50 milhões, em meio a acusações de envolvimento em tráfico de drogas e associação a grupos criminosos.
Apesar do reforço militar, especialistas apontam que a maior parte do narcotráfico em direção aos Estados Unidos ocorre pelo oceano Pacífico ou por voos clandestinos, e não pela região onde estão concentradas as embarcações americanas.


