O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), voltou a ganhar destaque no debate político nacional após uma entrevista concedida à BBC News Brasil, na última sexta-feira (15). Durante a conversa, ele sugeriu que beneficiários do Bolsa Família continuem recebendo o auxílio por até um ano após conseguirem emprego, para evitar a troca “do certo pelo incerto”.
O ponto chamou atenção porque esse mecanismo já está previsto desde 2023 na chamada regra de proteção, que garante 50% do benefício por até 12 meses para famílias que aumentam a renda formal. Ao ser informado disso pela repórter, o governador reconheceu não conhecer exatamente os detalhes da regra atual. Ainda assim, afirmou que o programa deveria buscar mais formas de estimular a autonomia dos beneficiários e declarou acreditar que muitas pessoas recebem o Bolsa Família há décadas, sem apresentar dados que comprovassem a afirmação.
Além da pauta social, Zema também se manifestou nesta segunda-feira (18) sobre as críticas feitas por Carlos Bolsonaro (PL) a governadores de direita, a quem chamou de “ratos”. Em entrevista coletiva em Contagem (MG), o governador disse ter ficado surpreso com o ataque, mas minimizou a situação, comparando divergências internas a discussões comuns entre “marido e mulher”.
De olho nas eleições de 2026, Zema tem buscado ampliar sua projeção nacional em meio à instabilidade da base bolsonarista, que enfrenta a iminente condenação de Jair Bolsonaro (PL) e tensões no cenário internacional ligadas à política econômica de Donald Trump. No âmbito estadual, sua gestão também tem sido marcada por medidas de impacto, como o reajuste salarial do próprio cargo e a ampliação de incentivos fiscais a empresários.