A Justiça do Rio de Janeiro determinou a internação provisória, por 45 dias, do adolescente de 14 anos que confessou ter matado os pais e o irmão de 3 anos no município de Itaperuna, no Noroeste Fluminense. A medida, adotada após decisão do Tribunal de Justiça, prevê que o jovem cumpra o período inicial de reclusão no Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas do Estado do Rio), enquanto o caso segue sob investigação.
Segundo a Polícia Civil, o crime teria sido motivado pela proibição, imposta pelos pais, de uma viagem que o adolescente planejava fazer ao Mato Grosso do Sul para encontrar uma garota com quem mantinha um relacionamento virtual desde os 8 anos de idade. Os dois se conheceram por meio de um jogo online. A jovem, hoje com 15 anos, foi ouvida pela Polícia Civil de Mato Grosso, na cidade de Água Boa, acompanhada da mãe. Não há, até o momento, indícios de envolvimento dela no crime.
De acordo com o delegado Carlos Augusto Guimarães, titular da 143ª DP (Itaperuna), o crime chocou até os investigadores mais experientes. “Tudo isso cria esse enredo cabuloso, horrendo, que tirou a vida da própria família, sem qualquer motivação concreta, e também a própria vida dele. Indaguei sobre o irmão, uma criança pura, que nada tinha a ver com o relacionamento, e ele respondeu que o matou para que não sofresse com a perda dos pais”, relatou.
O caso foi descoberto na última terça-feira (25), quando a avó do adolescente procurou a polícia para registrar o desaparecimento da família. Durante a perícia na residência, localizada no distrito de Comendador Venâncio, policiais encontraram manchas de sangue no colchão dos pais, roupas com vestígios de sangue e tentativas de queima de objetos. Um forte odor vindo da cisterna da casa levou os agentes até o local onde os corpos estavam escondidos.
Confrontado com as evidências, o adolescente confessou o crime. Segundo os relatos, ele usou a arma de fogo registrada do pai — que possuía autorização como CAC (Colecionador, Atirador e Caçador) — e cometeu os assassinatos enquanto as vítimas dormiam. Em seguida, tentou ocultar os corpos.
Sem advogado constituído até o momento, o jovem responderá por atos infracionais análogos a triplo homicídio e ocultação de cadáver. O caso segue sendo acompanhado pelas autoridades e está sob responsabilidade da Vara da Infância e Juventude.