O deputado federal André Janones (Avante-MG) firmou um acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e devolverá R$ 131,5 mil à Câmara dos Deputados. Além disso, pagará uma multa de R$ 26,3 mil para encerrar a investigação sobre suspeitas de rachadinha em seu gabinete.
No Acordo de Não Persecução Penal (ANPP), Janones reconheceu que, em 2019, pediu um cartão de crédito a seu assessor, Mário Celestino da Silva Junior, para cobrir despesas pessoais, pois estava com o nome negativado no SPC e Serasa. Segundo o documento, as faturas foram pagas pelo assessor, mas nunca ressarcidas pelo parlamentar.
Apesar do compromisso firmado com a PGR, Janones nega ter praticado rachadinha. Em nota, afirmou que “em hipótese alguma admite ou admitiu a existência da prática” e que a assinatura do acordo “não significa confissão de crime”. O deputado também destacou que o ANPP ainda não foi homologado e disse que não fará mais comentários sobre o caso.
A investigação da Polícia Federal (PF), concluída em setembro de 2024, indiciou Janones por corrupção, peculato e associação criminosa. O relatório aponta que o esquema teria começado no início de seu mandato, em 2019, e revelou uma variação patrimonial suspeita, além do uso de cartões de crédito de assessores para cobrir gastos pessoais do deputado.
O caso ganhou repercussão após áudios revelarem que Janones solicitava doações de assessores para compensar gastos de campanha. Ele confirmou a autenticidade das gravações, periciadas pela PF, mas os assessores negaram que houvesse devolução de salários. A PF, no entanto, apontou contradições nos depoimentos.
Com o acordo, a PGR decidiu não apresentar denúncia contra o parlamentar.
